Imagine uma pessoa que nunca sequer pegou numa barra na vida. A experiência corporea é pouca, não conhece termos técnicos como abduzir, retrair, protrair, aduzir, elevar, flexionar, etc.
Aí o professor pede que faça um movimento do qual ela nunca ouviu falar e nunca viu ninguém fazendo, ou se viu, nem reparou o que nem como acontece, muito menos sabe o porquê.
O professor demonstra, mas o movimento por ter várias partes do corpo a se contrair não sai como o pedido.
Muitas vezes para nós professores parece fácil, mas para o aluno é diferente, é difícil... Analogia:
• Para o professor significa:
Faça 1 Barra
• Para o aluno é como pedir:
Faça 1.5 Twisting Kovacs na barra (muitos professores não sabem o que é... É como o aluno se sente)
○ Para o professor significa:
Faça 15 saltos no step
○ Para o aluno é como pedir:
Faça um triple twisting double backflip no chão (alguns professores sabem o que é... Mas não sabem como executar. No caso do aluno, é como se mesmo sem saber como e só sabendo o que é, ele tentasse executar; não ia acabar bem!)
Onde eu quero chegar com isso?
As vezes vemos ordens sendo dadas mas é nítido que o aluno não tem a informação daquela ordem ou o domínio da consciência necessária para executá-la.
"não arque as costas"
Como? Onde?
"desça até embaixo"
Como? O que? Embaixo da onde?
O aluno deve saber o que e onde, tal qual o como e porquê. Assim a culpa não é mais do professor.
O professor deve comunicar com antecedência aquilo que ele quer e ensinar previamente as bases do movimento exigido. Se não continuaremos a ver pedidos de "desça até embaixo" mesmo que o aluno não saiba "onde é embaixo" e tão pouco tenha a mobilidade necessária para fazer um movimento mais amplo com segurança.
A técnica e consciência corporal se constroem com tempo, bastante séries e poucas repetições, e sem fadiga. Então investir em movimentos mais curtos ou pedaços de movimentos é uma ótima estratégia para corrigir um movimento inteiro. Como no exemplo do vídeo, minha aluna Edna executa o Deadlift/Lev.Terra dos blocos (steps) para que a barra fique na altura do joelho dela, ou seja, tira-se 50% da amplitude de movimento, assim pode-se focar onde eu quero que ela foque, no caso do vídeo: retração das escápulas. Assim da próxima vez que eu pedir "postura... escápulas", ela irá saber exatamente o que é que eu quero.
Na periodização pode-se incluir todos os pedaços dos movimentos e exercícios acessórios adequados para que quando chegar no final do planejamento o aluno melhore todos os aspéctos atacados na planilha e alcance os objetivos estipulados.
Comunicação, não importa como, com que nome, se flexão, se dobrar, se extensão, se esticar... Tanto faz, o importante é saber comunicar ao aluno onde, quando e como movimentar aquilo que for preciso na hora certa que for preciso.
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Somente para pessoas realmente interessadas em preparação física.
Alexandre C. Alves é Esp. em Fisiologia do Exercício e em Treinamento Desportivo pela UNIFESP
Sessões deste Artigo: Equilíbrio/ Controle/ Estabilidade, Exercícios de Pernas, Exercícios de Puxar, Levantamento de Pesos, Mentalização/ Meditação/ Foco, Parkour/ Freerunning, Preparação Física